Coro Vox On B - Audicao 25.03.2009
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Deixo-vos a história do Sapo Apaixonado, pois sei que muitos de vós ficaram encantados com este texto adorável. E, já agora, umas informações suplementares:
- Max Velthuijs é um artista holandês de reputação internacional, cujos livros têm sido publicados no mundo inteiro. Entre os seus numerosos prémios contam-se o Lápis de Ouro da Holanda (duas vezes) e o American Graphic Award da Society of Ilustrators.
- Este livro é integralmente feito por ele: texto e desenhos. É um verdadeiro artista!
- O livro foi editado em Portugal pela editora Caminho e, infelizmente, encontra-se esgotado.
O Sapo Apaixonado
O sapo estava sentado à beira do rio.
Sentia-se esquisito.
Não sabia se estava contente ou se estava triste.
Toda a semana tinha andado a sonhar.
Que é que teria?
Então encontrou o Porquinho.
- Olá, Sapo - disse o Porquinho. - Não estás com muito bom ar. Que é que tens?
- Não sei - disse o Sapo. - Tenho vontade de rir e de chorar ao mesmo tempo. E aqui dentro de mim tenho uma coisa que faz tum - tum.
- Talvez estejas constipado - disse o Porquinho. - É melhor ires para casa e meteres-te na cama.
O Sapo continuou o seu caminho. Estava preocupado.
Depois passou por casa da Lebre.
- Lebre disse ele -, não me sinto bem.
- Entra e senta-te um bocadinho - disse a Lebre, muito simpática.
- Ora então, que é que tens?
- Umas vezes fico com calor e outras vezes fico com frio. E aqui dentro de mim tenho uma coisa que faz tum-tum.
E pôs a mão no peito.
A Lebre pensou muito, como um verdadeiro médico. Depois disse:
- Já sei. É o teu coração. O meu também faz tum-tum.
- Mas o meu às vezes faz tum-tum mais depressa do que de costume - disse o Sapo.
- Faz um-dois, um-dois, um-dois.
A Lebre foi buscar à estante um grande livro e pôs-se a virar as folhas.
- Aha! - disse ela. - Ora ouve. Coração a bater acelerado, ataque de calor e de frio… quer dizer que estás apaixonado!
- Apaixonado? - disse o Sapo, surpreendido. - Ena pá! Estou apaixonado!
E ficou tão contente que deu um salto enorme pela porta fora.
O Porquinho assustou-se muito quando o Sapo de repente caiu do céu.
- Parece que estás melhor - disse o Porquinho.
- E estou! Sinto-me óptimo - disse o Sapo. - Estou apaixonado!
- Bem isso é uma boa notícia. Por quem é que estás apaixonado? - perguntou o Porquinho.
O Sapo não tinha tido tempo para pensar nisso.
- Já sei! - disse ele. - Estou apaixonado pela linda e adorável patinha branca!
- Não pode ser - disse o Porquinho. - Um Sapo não pode estar apaixonado por uma pata. Tu és verde e ela é branca.
Mas o Sapo não se importou com isso.
Não sabia escrever, mas sabia fazer bonitas pinturas.
Quando voltou para casa fez uma pintura linda, com vermelho e azul e muito verde, que era a cor que ele gostava mais.
À noite, quando já estava escuro, saiu com a pintura e enfiou-a por baixo da porta da pata.
Com a emoção, tinha o coração a bater com toda a força.
A Pata ficou muito admirada quando encontrou a pintura.
- Quem é que me terá mandado esta linda pintura? - exclamou ela, e pendurou-a na parede.
No dia seguinte o Sapo colheu um belo ramo de flores.
Ia oferecê-las à Pata.
Mas quando chegou à porta não teve coragem para a enfrentar.
Pôs a flores na soleira da porta e fugiu o mais depressa que pôde.
E assim continuaram as coisas, dia após dia.
O Sapo não conseguia arranjar coragem para falar.
A Pata andava muito contente com todos aqueles belos presentes.
Mas quem é que os mandaria?
Pobre Sapo!
Perdeu o apetite e à noite não conseguia dormir…
E as coisas continuaram assim durante semanas.
Como é que havia de mostrar à Pata que gostava dela?
- Tenho de fazer uma coisa de que mais ninguém seja capaz - decidiu ele. - Tenho de bater o recorde do mundo de salto em altura! A Patinha vai ficar muito surpreendida, e depois ela também vai gostar de mim.
O Sapo começou logo a treinar.
Praticou salto em altura durante dias a fio.
Saltava cada vez mais alto, até às nuvens.
Nunca nenhum sapo do mundo tinha saltado tão alto.
- Que terá o Sapo? - Perguntava a Pata preocupada. - Saltar assim é perigoso. Ainda acaba por se magoar.
E tinha razão.
Às duas horas e treze minutos da tarde de Sexta-feira, as coisas correram mal.
O Sapo estava a dar o salto mais alto da história quando perdeu o equilíbrio e caiu ao chão.
A Pata, que ia a passar nessa altura, veio a correr ajudá-lo.
O Sapo mal conseguia andar. A Pata amparou-o com carinho e levou-o para casa. Tratou dele com toda a ternura.
- Ó Sapo, podia ter-te matado! - disse ela. - Olha que tens de ter cuidado. Gosto tanto de ti!
Então, finalmente o Sapo lá conseguiu arranjar coragem:
- Eu também gosto muito de ti, querida Pata - balbuciou ele.
Tinha o coração a fazer tum-tum mais depressa do que nunca, e ficou com a cara muito verde.
Desde então, amam-se perdidamente.
Um sapo e uma pata…
Verde e branca.
O amor não conhece barreiras.
O sapo estava sentado à beira do rio.
Sentia-se esquisito.
Não sabia se estava contente ou se estava triste.
Toda a semana tinha andado a sonhar.
Que é que teria?
Então encontrou o Porquinho.
- Olá, Sapo - disse o Porquinho. - Não estás com muito bom ar. Que é que tens?
- Não sei - disse o Sapo. - Tenho vontade de rir e de chorar ao mesmo tempo. E aqui dentro de mim tenho uma coisa que faz tum - tum.
- Talvez estejas constipado - disse o Porquinho. - É melhor ires para casa e meteres-te na cama.
O Sapo continuou o seu caminho. Estava preocupado.
Depois passou por casa da Lebre.
- Lebre disse ele -, não me sinto bem.
- Entra e senta-te um bocadinho - disse a Lebre, muito simpática.
- Ora então, que é que tens?
- Umas vezes fico com calor e outras vezes fico com frio. E aqui dentro de mim tenho uma coisa que faz tum-tum.
E pôs a mão no peito.
A Lebre pensou muito, como um verdadeiro médico. Depois disse:
- Já sei. É o teu coração. O meu também faz tum-tum.
- Mas o meu às vezes faz tum-tum mais depressa do que de costume - disse o Sapo.
- Faz um-dois, um-dois, um-dois.
A Lebre foi buscar à estante um grande livro e pôs-se a virar as folhas.
- Aha! - disse ela. - Ora ouve. Coração a bater acelerado, ataque de calor e de frio… quer dizer que estás apaixonado!
- Apaixonado? - disse o Sapo, surpreendido. - Ena pá! Estou apaixonado!
E ficou tão contente que deu um salto enorme pela porta fora.
O Porquinho assustou-se muito quando o Sapo de repente caiu do céu.
- Parece que estás melhor - disse o Porquinho.
- E estou! Sinto-me óptimo - disse o Sapo. - Estou apaixonado!
- Bem isso é uma boa notícia. Por quem é que estás apaixonado? - perguntou o Porquinho.
O Sapo não tinha tido tempo para pensar nisso.
- Já sei! - disse ele. - Estou apaixonado pela linda e adorável patinha branca!
- Não pode ser - disse o Porquinho. - Um Sapo não pode estar apaixonado por uma pata. Tu és verde e ela é branca.
Mas o Sapo não se importou com isso.
Não sabia escrever, mas sabia fazer bonitas pinturas.
Quando voltou para casa fez uma pintura linda, com vermelho e azul e muito verde, que era a cor que ele gostava mais.
À noite, quando já estava escuro, saiu com a pintura e enfiou-a por baixo da porta da pata.
Com a emoção, tinha o coração a bater com toda a força.
A Pata ficou muito admirada quando encontrou a pintura.
- Quem é que me terá mandado esta linda pintura? - exclamou ela, e pendurou-a na parede.
No dia seguinte o Sapo colheu um belo ramo de flores.
Ia oferecê-las à Pata.
Mas quando chegou à porta não teve coragem para a enfrentar.
Pôs a flores na soleira da porta e fugiu o mais depressa que pôde.
E assim continuaram as coisas, dia após dia.
O Sapo não conseguia arranjar coragem para falar.
A Pata andava muito contente com todos aqueles belos presentes.
Mas quem é que os mandaria?
Pobre Sapo!
Perdeu o apetite e à noite não conseguia dormir…
E as coisas continuaram assim durante semanas.
Como é que havia de mostrar à Pata que gostava dela?
- Tenho de fazer uma coisa de que mais ninguém seja capaz - decidiu ele. - Tenho de bater o recorde do mundo de salto em altura! A Patinha vai ficar muito surpreendida, e depois ela também vai gostar de mim.
O Sapo começou logo a treinar.
Praticou salto em altura durante dias a fio.
Saltava cada vez mais alto, até às nuvens.
Nunca nenhum sapo do mundo tinha saltado tão alto.
- Que terá o Sapo? - Perguntava a Pata preocupada. - Saltar assim é perigoso. Ainda acaba por se magoar.
E tinha razão.
Às duas horas e treze minutos da tarde de Sexta-feira, as coisas correram mal.
O Sapo estava a dar o salto mais alto da história quando perdeu o equilíbrio e caiu ao chão.
A Pata, que ia a passar nessa altura, veio a correr ajudá-lo.
O Sapo mal conseguia andar. A Pata amparou-o com carinho e levou-o para casa. Tratou dele com toda a ternura.
- Ó Sapo, podia ter-te matado! - disse ela. - Olha que tens de ter cuidado. Gosto tanto de ti!
Então, finalmente o Sapo lá conseguiu arranjar coragem:
- Eu também gosto muito de ti, querida Pata - balbuciou ele.
Tinha o coração a fazer tum-tum mais depressa do que nunca, e ficou com a cara muito verde.
Desde então, amam-se perdidamente.
Um sapo e uma pata…
Verde e branca.
O amor não conhece barreiras.
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